segunda-feira, 14 de abril de 2014

Amamentação e UTI Neo, é possível? Relato da mamãe Letícia

Quando é preciso passar pela UTI neonatal.




Quando resolvemos ter nosso primeiro filho, planejamos como seriam várias coisas desde a gestação, como seria o parto e a criação do nenê.  Então, a gestação seria bem saudável, cuidando com a alimentação e praticando exercícios físicos. O parto seria humanizado e para isso participamos de curso, que nos ensinou até sobre a amamentação e contratamos uma doula, a Cris Melo. Depois o trabalho da Carol Scheuer na amamentação.

Porém, o parto não foi como planejado e por uma complicação de saúde resultou em uma cesárea aos 8 meses e 5 dias. Nasce o Renzo com 1370 gramas, e vai para a UTI neonatal. A partir deste momento, a amamentação passou a ser um tema principal já que o nenê era prematuro com baixo peso e precisou ficar na UTI neonatal.

Ao contrário do que geralmente acontece numa cesárea, meu leite/colostro desceu logo depois do parto. Nem mexia as pernas por causa da anestesia e meu leite já escorria. Fiquei muito feliz por poder amamentar logo no inicio e ajudar ao meu bebe a sair mais rápido da UTI. Só que não, o Renzo precisou ficar dois dias no soro e só depois começou a ser alimentado por sonda. Durante estes dias, eu ia até a UTI a cada 3 horas tirar leite para ser descartado. Estar próximo do nenê, ajudou a estimular o aleitamento.

Quando iniciou a alimentação por sonda, já haviam dado fórmula ao invés de me chamarem no quarto para tirar leite. Ficamos surpresos e desanimados!! Já estava sendo difícil para mim e meu marido ver o bebê na incubadora da UTI com a parenteral na cabeça, não podendo pegar no colo, eu tirando leite para ser descartado... estávamos sensíveis com tudo! E terem dado fórmula para ele nos feriu mais ainda! Não são todos que defendem o aleitamento materno, é mais fácil e rápido dar a fórmula que a mãe tirar leite e todo o processo que envolve. Fomos firmes e 14 dias depois, após atingir os 1500 gramas, ele passou a mamar no peito durante o dia. Nós estávamos lá todos os dias, o dia todo! Meu marido preparava uma bolsa térmica com alimentos saldáveis e líquidos para os lanches e muita água!! E durante a noite, eu tirava leite, fazia massagens... seguia ativa!

Não foi fácil, a produção de leite diminuiu várias vezes nestes 22 dias de UTI neonatal, mas não desistimos de tirar leite em todos os momentos que o nenê precisava tomar através da sonda. Foi cansativo estar na maternidade todos os dias, para estar perto dele e garantir o aleitamento materno! Insistir em estimular a produção de leite para poder amamentar depois de receber a alta hospitalar! Passar por situações em que o nenê prefere a seringa a seu peito, a “imposição” de alguns profissionais de dar complemento em mamadeira, ainda que seja de leite do próprio peito, entre outras situações a serem enfrentadas. O conhecimento da Carol foi importante, sem ela não conseguiríamos passar por todas estas situações.

O apoio do Victor, meu marido, e com um bom acompanhamento de especialistas, como o da Carol Scheuer, nos dias de hoje é que se consegue vencer o status quo de uma modernidade em que a fórmula é mais importante que o leite materno. Desde o início, a Carol esteve presente complementando as informações que eu já possuía, mas principalmente fortalecendo o empoderamento com um plano de ação. A começar pelo psicológico, o apoio da Carol foi crucial para desengatilhar o medo, a frustração e a ansiedade que só contribui para o bloqueio da produção de leite e da conexão mãe-filho. Depois vieram as técnicas “de ouro” que colocadas em prática parecem mágicas!


Letícia e Victor! obrigada pela confiança mas o empoderamento foi todo de vocês e do lindo Renzo! Um abraço na família linda!
Carol
 

 

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